Pessoal, neste artigo vou buscar, de maneira objetiva, descrever um pouco sobre as versões Standard Edition One (SEO), Standard Edition (SE), Enterprise Edition (EE) e Express Edition (XE).

Mas antes de descrevê-las, segue uma sopa-de-letrinhas comumente usadas por profissionais Oracle:
OEM: Oracle Enterprise Manager, ferramenta de apoio aos DBAs com diversas funções de monitoramento, tuning e relatórios.
RAC: Real Application Clusters, arquitetura de alta disponibilidade e alta performance.
ASM: Automatic Storage Management, estrutura de disco proposta pela oracle que visa facilitar a administração de arquivos do banco.
NUP: Named Users ou Named Users Plus, número de usuários licenciados para uso da base.
Socket: Local físico da placa-mãe onde se encaixa o processador. A Oracle usa o termo “socket” para representar processadores físicos, ou seja, para não confundir com número de núcleos, ou cores, de um processador multicore.

 

Express Edition (XE)

Versão mais simples e que traz o básico do banco de dados Oracle. Normalmente usada para desenvolvimento de aplicativos ou para pequenas aplicações que não exigem controle, tampouco disponibilidade.

Principais vantagens da versão XE

– Fácil instalação;
– É a única versão com pacote para instalação no Ubuntu ( ou derivados do Debian )
– Versão FREE, inclusive para uso comercial!

Limitações

Além de diversas ferramentas que faltam na versão XE, podemos destacar as principais limitações:
– Usa apenas 1 processador;
– Armazena até 11GB;
– E não usa mais que 1GB de ram;

Dá mais pra dizer que é uma “experementation edition” 😉

Obs I: É possível instalar o Oracle SE, SEO e EE no Debian, porém não é homologado e é muito provavel que ocorram erros.
Obs II: Você pode usar a versão XE comercialmente.


Standard Edition One (SEO)

Esta versão é normalmente adotada por pequenas empresas com pouca necessidade computacional do seu banco de dados e que não precisam de alta disponibilidade.
Podemos dizer que a versão SEO é para empresas que não pretendem gastar muito com licenciamento mas que enxergam possibilidade de crescimento, visto que esta versão é compatível com as versões maiores e possibilita o crescimento.

Principais vantagens da versão SEO

– Possibilita o uso do ASM para gerenciamento de arquivos do oracle;
– Possibilita o uso do OEM para análise do banco e rotinas administrativas;
– Instalação em Windows, Unix e Linux;

Formas de licenciamento

– Licenciamento por usuário nomeado (NUP): com no mínimo 5 NUPs e com o limite de 2 sockets de processador. Em miúdos, você pode ter uma máquina com até dois processadores para usar esta versão.
– Licenciamento por socket, onde é pago licença por processador ( ~ US$5800,00 por processador );

Obs: O custo de cada NUP ( no momento da escrita deste artigo é de US$180,00)

Veja mais sobre a versão Standard One em: http://www.oracle.com/us/products/database/standard-editon-one-066500.html


Standard Edition (SE)

Versão ideal para empresas que necessitam de alta-disponibilidade, alto processamento e baixo custo. A versão Standard permite o uso da tecnologia RAC, desde que se respeite suas limitações de licença.
A versão SE é totalmente compatível com as outras.

Vantagens da versão SE

– Possibilita o uso do ASM para gerenciamento de arquivos do oracle;
– Possibilita o uso do OEM para análise do banco e rotinas administrativas;
– Possibilita o uso do RAC para alta disponibilidade;
– Instalação em Windows, Unix e Linux;
– Maior capacidade computacional em comparação com a SEO ( mais sockets );

Formas de licenciamento

– Licenciamento por usuário nomeado (NUP), com no mínimo 5 NUPs por processador e no máximo 4 sockets. Em miúdos, você pode ter uma máquina com até quatro processadores para usar esta versão.
– Licenciamento por socket, onde é pago licença por processador ( ~ US$17.500,00 por processador );

Diferenças entre o SEO e o SE

Vantagem do SEO: Baixo Custo.

Vantagens do SE: Alta disponibilidade (RAC já incluído no valor da licença), 4 sockets no total (dobro do SEO).

O custo de cada NUP para o SE é de US$350,00, contra US$180,00 da versão SEO

Veja mais sobre a versão Standard em: http://www.oracle.com/us/products/database/standard-edition/overview/index.html


Enterprise Edition (EE)

Essa é a versão onde é possível explorar todo o poder do Oracle Database. É a versão que contempla todas as Features, e também tem suporte para usar os vários opcionais (Options) disponíveis.
A versão Enterprise Edition é recomendada para empresas que trabalham com aplicativos de missão crítica, que precisam de alta disponibilidade, facilidade no crescimento e alta performance.
Podemos dizer que na versão EE existem funções que auxiliam muito aos administradores na hora de verificar gargalos de sistema e o próprio Oracle propõe (quando não implementa automaticamente) soluções.

Vantagens da versão EE

No Oracle Database temos 2 termos muito importantes de serem compreendidos: Features e Options.

Features: são recursos/funcionalidades já inclusas na versão do Database.
Options: são recursos opcionais, e por isso exigem licenciamento adicional. As Options só podem ser utilizadas na versão EE, ou seja, as licenças SE e SEO não permitem a adição de Options.

Vejam algumas Features Options abaixo.

Database Resource Manager, para priorização do uso de recursos;
Dataguard, para criação de sites de contingência;
Data compression, para compactação de dados;
Fine grained Auditing, para fazer auditoria customizada e específica;
Virtual private servers, para controlar quais dados e quando estes podem ser acessados;
Advisors, que informam o DBA de gargalos, falhas e que propõe soluções para os problemas;
Particionamento de tabelas, onde os dados podem ser espalhados e aumentar a performance;

A versão EE é a versão com mais recursos de todas as apresentadas e a que traz maior autonomia para o servidor de banco.

Formas de licenciamento

– Por NUPs, onde é requerido no mínimo 25 usuários por processador;
– Por cores (núcleos), onde existe uma complexa regra de cálculo de valores;

Custo

A licença de cada NUP na EE é de aproximadamente US$950,00 e ainda existem os opcionais que podem ser adicionados – obviamente com o custo à parte.

Veja mais sobre a versão Enterprise em: http://www.oracle.com/us/products/database/enterprise-edition/overview/index.html


Cálculo de licenças por Processador

 

Para as edições Standard e Standard One, o cálculo de licenças por processador é bem simples: é necessário uma licença para cada processador físico, ou seja, por socket na placa-mãe.

Para a versão Enterprise, a Oracle tem uma regra para calcular o custo de licença por processador.

Diferente das regras da SEO e da SE, a EE tem um fator de cálculo para cada processador, ou seja, se você tem dois processadores não vai pagar necessariamente duas licenças.

Como calculo o valor de licença por processador? A fórmula é:

Número de sockets X Quantidade de núcleos por processador X fator = número de licenças

Vamos pra um exemplo, pra facilitar o entendimento? Imagine o seguinte servidor:
4x Processadores AMD Opteron com 6 cores cada

Seu custo de licença seria:

4 x 6 x 0.5 12 (ou seja, 12 licenças EE)

12 x US$47.500,00 (custo por licença) = US$570.000,00

Dartanghan, de onde você tirou esse 0,5?

Da tabela de fatores da oracle, que pode ser encontrada em: http://www.oracle.com/us/corporate/contracts/processor-core-factor-table-070634.pdf

Nesta tabela temos também os valores para single core e outros processadores que existem por aí, nesse “mundão a fora”.

Onde encontro os valores das licenças?
www.oracle.com/us/corporate/pricing/technology-price-list-070617.pdf

Em resumo o licenciamento Oracle é super complexo e requer uma análise criteriosa do objetivo e do ambiente do cliente.

Antes de escolher a versão, se pergunte:
– Minha aplicação é crítica?
– Preciso de contingência ou de alta disponibilidade?
– Vou comprar máquina ou usar as que tenho?

 


Custo Usuário x Processador

 

Dúvida muito frequente ao adquirir uma licença Oracle: licenciar por usuário nomeado (NUP) ou por processador? Até quantos usuários vale a pena licenciar pela modalidade “usuários nomeados”?

Uma boa referência é a chamada “Regra de 3”, que vou explicar agora.

Ao licenciar as edições Standard e Standard One, apesar da Oracle divulgar valores por usuário, só é possível licenciar em pacotes de 5 em 5 usuários.  Portanto, o mínimo de usuários licenciados nesta modalidade é 5. A partir daí, sempre em pacotes de 5 em 5: 10, 15, 20 e assim por diante. Já na edição Enterprise, o licenciamento é feito em pacotes de 25 usuários.

Calculando os valores de licenciamento por usuário nomeado e comparando com os valores por processador, profissionais das áreas Comercial e Pré-Venda chegaram à seguinte conclusão: o custo de licenciamento por usuário nomeado vale a pena para o cliente em no máximo 3 pacotes de usuários. Ou seja: no máximo 15 usuários nas edições Standard e Standard One (3 pacotes de 5 usuários) ou no máximo 75 usuários na edição Enterprise (3 pacotes de 25 usuários).

A partir do quarto pacote já ultrapassa o valor do licenciamento por processador – o que é muito mais vantajoso, já que o licenciamento por processador não tem limite de usuários.

Lembrando mais uma vez que no caso específico da edição EE (Enterprise) o cálculo da licença por processador NÃO é feita por socket, e sim por núcleo. O trecho mais acima, neste mesmo artigo, explica como fazer o cálculo. Nas edições SE e SEO o licenciamento é por socket, ou seja, por processador físico na placa-mãe. De qualquer maneira, a “Regra de 3 pacotes” continua valendo mesmo assim, pois o licenciamento por usuário nomeado também leva em consideração o número de processadores.

 

Links úteis

Oracle Software Investment Guide: sig-070616

 

Forte abraço!
Dartanghan e Milton Bastos